Jun 6, 2012

Miscelânea do ego e do eu.

Sou uma ilíada, um veraneio constante e sem destino. Algo que está aprisionado e livre ao mesmo tempo, um ser sem definição ou característica fatídica do seu eu. Um eremita assalariado pelo vida, alguém que nem se quer sabe ainda quem é de verdade. Um alguém com o Sol e lua em Virgem e ascendente em Escorpião, que se perde nas palavras da escrita seja ela nativa ou de outra nação. Ser curioso e mimado pelos bons costumes e complexos desafios. Alguém que procurou respostas nos sentimentos, que hoje os sente e no momento vê tudo tão sem sentido e lindo. Uma nota de piano mal tocado, uma noite perdida em casa e ganha nas páginas dos livros e cenas de filmes. Alguém que já pensou em ensinar por profissão, viajar por gosto ganhando com isso, ser pediatra, cantar em banda de 'rock' e desvanear pelos horizontes de uma história fantástica escrita por si mesma. Sou um ser que tanto se defini que quando lê o que foi escrito torço o nariz e digo a mim mesma que nada daquilo é verdade e que é tudo o que eu queria ser (e sou) está aprisionado em baixo da última camada de pele sobre músculos e nervos. Um ser que ainda não leu Clarisse Lispector ou Dostoiévski e não se deu ao luxo de um clássico de William, o Shakespeare. Ouve banda indie em tempos de sufoco, foge mentalmente pro continente asiático sempre que pode e força, mesmo sem saber, umas frases tronchas em coreano e japonês. Bebe chá de Erva Doce como água, acha pinturas com mulheres vitorianas um retrato do céu e tem no título de Charlotte Brontë (mulher talentosíssima) - Jane Eyre o seu mundo particular, um lugar onde ela gostaria de estar sempre que fechasse os olhos para meditar.
Sou um ser que já se perguntou demais, duvidou demais, decepcionou-se demais, foi feliz demais e sabe que mesmo com tantos demais em um texto de alguém com menos de 20, é realmente de mais e também apenas o começo. Guarda dentro de uma garrafa invisível o sonho de um filho que já até tem nome e que eu nem me importaria, que se acaso o destino quisesse, ele viesse em um frasquinho sem remetente escrito, só pra me fazer feliz. Também ao mesmo tempo que penso isso, de ser sozinha sabe, vivo cantarolando pelos cantos bem babona, bem bacaca (como dizem os avós) a respeito de um cara mais novo que me ganhou, que fez morada em um grande espaço de um coração bagunçado mesmo que dentro do peito de uma virginiana organizada e 'certinha demais' (tudo para nós é demais, percebe-se). Ao fim da vida ainda não tenho respostas, só especulações e burburinhos, mas me adentro de orelha em pé para ouvi-los, esse é o mal de alguém que acredita em Cristo mas estuda misticismo que vê detalhes em lugares que mais ninguém vê e acha que entre essa linha tênue, ta tudo muito bom ta tudo muito bem.

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