Apr 11, 2012

O breve fim de uma mente sonhadora.

O sincretismo barato da "escritora" que vos fala e ideia de sonhos.
Pensamentos da mente que sonha demais.
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 Volume do som: De baixo a mediano.)

Se desejo escrever sobre sonhos, devo me perguntar o que são, analisar e tirar minhas próprias conclusões. Para mim, no entanto, sonhos vão além de análises ou de algum tipo de conclusão externa ou interna. Ninguém sonha nossos sonhos, logo, ninguém nunca irá tirar as mesmas conclusões que você e vice-e-versa. E você sempre estará sonhando, a ponto de nunca ter certeza sobre o que sonhava, sonha ou irá sonhar; ou até irá esquecer dos mesmos. Quando sonhamos que caímos e acordamos assustados nos debatendo em segundos como se estivéssemos dado com a cara no assoalho, muita das vezes não sabemos descrever tal sensação a alguém que nunca passou por isso. Além da moral de 'cada um deve passar por suas próprias experiências, para começar a ter senso crítico e opinião', vê-se também que ninguém (ou ao menos quase ninguém) entenderá um sonho seu pelo simples fato de ele não ver as coisas da forma como você ver, por não serem você. Eles não sonham aquilo, você sim, consequentemente você entende.
O 'problema' ou a destruição voluntária de si mesmo começa a partir do momento em que deixamos de entender o que nós mesmo sonhamos. É simples: Crescemos e ponto. Nessa hora vemos diversas pessoas que usaram a desculpa de não mais crer em fantasias, sentimentos e amores (coisas que nos fazem sonhar acordados quando crianças/adolescentes/jovens). Pessoas com tais atitudes se questionam com uma pergunta tanto quanto ridícula e obsoleta: 'A vida já nos parece tão difícil, por que perderia tempo sonhando?'. Pronto, encontramos o pecado. Acontece que sonhar nos revela o horizonte impalpável, o profundo desejo íntimo, a nós mesmos. Seres humanos são movidos de sonhos, necessidades, focos e realizações. Por que os sonhos encontram-se em primeiro lugar nessa pequena lista de quatro itens? Pois é a partir dos sonhos que visamos nossas necessidades para alcançar o que queremos, visamos o foco para investir nele e conseguir enfim, nossas realizações. Vejamos uma criança. Crianças são seres felizes, sorridentes, muitíssimas vezes determinadas; são seres que sonham constantemente. Tudo é magnífico, mágico, sensacional. A imaginação está acelerada, o ritmo de aprendizagem comparado a capacidade de absorção de uma esponja. São mente aberta, sem preconceitos ou vaidades. Ser feliz naquele momento é o maior sonho desses pequenos, e inacreditavelmente eles conseguem.
Colocando tal ponto de vista (no qual deixo claro ser só meu e que está inteiramente aberto a não concordanças), fica claro que o fato de parar de sonhar se deve ao momento em que 'deixamos de ser crianças'. Logicamente não defendo de forma alguma o comportamento infantil de alguns (muitos) adultos no auge de sua (i)maturidade. O caso em questão é o espírito sempre renovado de uma criança que sonha e que deposita toda sua energia em suas ideias e tudo o que assim almejam. Deixar a chama da felicidade de criança apagar-se dentro de si é o começo do breve fim de uma mente sonhadora. Todos sonhamos com algo, mas esquecemos jogado com nosso sentimento de vontade da sutil infância dentro de um canto tão inutilizado dentro de nós mesmos que quando tornamos a vasculhar esse espaço tudo parece tão arcaico e não lembramos mais como utilizar aquilo. Questione-se em algum momento do seu dia: 'Será então que ao menos sonhei uma vez hoje?', dê-se uma resposta sincera, concisa e objetiva. Pense sobre a mesma. Talvez você perceba que há tempos atrás um sonho foi negado a você, talvez por você mesmo, ou por um terceiro. Pense também, caso nada tenha sido negado, se a paixão que consumia seus músculos, pensamentos, células ainda está vida e ativa dentro de você. Você não deseja o fim de nada. E se deseja, é porque não foi algo no qual sonhou para si. Sonhos realizamos a qualquer momento, dentro e fora de nós, sempre. O que nos falta é a disposição da procura e o medo de acharmos algo que pensamos ser grande demais para se conquistar. Grande somos nós, nossas ferramentas de realização e os que nos apoiam para isso. Tudo o que resta é pequeno, e tudo o que não nos faz bem é simplesmente inexistente.

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